segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O amor...

"Amor é o fascínio recíproco de duas pessoas por aquilo que elas têm de menos dizível, de menos socializável; de refratário aos papéis e imagens delas mesmas que a sociedade lhes impõe; aos pertencimentos culturais."
Talvez seja esse um dos maiores desafios que os casais encontram nos relacionamentos duradouros: manter esse fascínio vivo mesmo quando os pertencimentos culturais e os papéis impostos pela sociedade vão ganhando primazia à medida que o relacionamento vai se solidificando e se enraizando no dia-a-dia do casal.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Em busca de um Diagnostico...

Muitas pessoas chegam aos consultórios de psicologia e psicanálise ansiosas para encontrar um nome que abarque aquilo que sentem, uma palavra que encerre a dor, a angústia e, às vezes, a culpa ou as dúvidas que as afligem. Isso, porém, nem sempre é fácil, e de pouco adianta se o paciente não puder compreender o que se passa com ele e se responsabilizar pelo próprio tratamento, atribuindo sentidos a sua patologia. A atração que os testes exercem sobre muitos leigos,pode ser explicada pelo desejo de quantificar e medir características pessoais e comportamentais. E em alguns casos eles têm sua função. Mas ainda que tenham validação científica e possam ser usados para ajudar a entender o quadro clínico, os testes não são definitivos, seja para medir inteligência, seja para determinar a presença de um transtorno mental. Sem dúvida, em algumas abordagens (e em determinados casos) eles são úteis na tarefa de oferecer informações que favoreçam a compreensão da situação clínica de forma mais ampla. Mas não sempre – e raramente de maneira perene. Há ocasiões em que as palavras impressas em um prontuário ou ditas por um profissional acerca de determinado quadro psíquico podem soar como uma espécie de sentença, promovendo a desastrosa rotulação do paciente. No Brasil, muitos psicólogos evitam recorrer a essa ferramenta, pelo menos no primeiro momento. Em vez de apostar em um diagnóstico único, pleno e “definitivo”, acreditam que, em muitos casos, mais importante que reduzir a situação a um único termo é ouvir o paciente, entender sua lógica e seus sintomas. Afinal, é na possibilidade de elaboração, ampliação do espaço psíquico e transformação e que se embasa o ofício do psicoterapeuta.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A metafora do porco espinho

O Porco-Espinho


porco-espinho-g.jpg


Tema: Convivência

Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem ao clima hostil.

Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhe forneciam mais calor, calor vital, questão de vida ou morte.

E afastaram-se feridos, magoados, sofridos...

Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes.

Doía muito...

Mas essa não foi a melhor solução: afastados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para conviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.

Assim aconchegaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.

Os homens têm tentado aprender a conviver entre si, como os porcos-espinhos. Mas no final do segundo milênio é tempo dos homens aprenderem com os pandas e com os pássaros que se abraçam prazerosamente por inteiro, sem se ferirem, apesar de suas garras e bicos. Esse é o aprendizado do AMOR.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Onde se encontra a felicidade?

O aluno estava a aprender novos conhecimentos com seu mestre. Após várias lições chegou um dia em que o mestre disse ao seu aluno que havia chegado a hora de apresentar algo que planejava mostrar desde o início, mas que esperava o momento em que o aluno estivesse preparado, e aquele era o momento.
Convidou então o aluno para uma caminhada ao destino misterioso. Os dois juntos subiram algumas montanhas e após um longo trecho, ao chegarem ao pico mais alto de uma montanha o aluno indagou seu mestre:
- Mestre, já andamos bastante! Quando iremos chegar?
O Mestre disse:
- Já chegamos!
O aluno então olhou ao seu redor e indignado disse ao seu mestre:
- Não vejo nada de especial aqui, somente o alto de uma montanha como qualquer outra, não há nada aqui! Onde está aquilo de tão grandioso que fizera esperar tanto tempo para ser mostrado?
O mestre então disse a ele:
- O que quero lhe mostrar está bem abaixo de você, aos seus pés.
O aluno então avistou um pedra, pegou-a na mão e indagou ao seu mestre com energia:
- Por que andamos toda essa distância para mostrar uma simples pedra?!
O mestre com paciência disse:
- Mas você estava tão contente durante nossa caminhada, contou histórias, brincou, riu, compartilhou várias aventuras comigo…
O aluno ficou calado por alguns segundos e logo após disse:
- Mestre! “A felicidade está em nossa caminhada e não no destino final…”